sábado, 13 de fevereiro de 2010

O preço do acesso livre à informação na Internet

Ao longo de uma série(Revolução Virtual) produzida pela BBC de Londres, o produtor Joe Wade lançou no ar a seguinte pergunta: Que preço pagamos pelo livre acesso à informação na Web?
Termos esquisitos usados em pesquisar na internet, tais como, "cão que urina em tudo", "como fazer uma bomba", "como ficar rico sem trabalhar", "60 homens solteiros", estão entre uma infinidade dos termos de pesquisa mais usados. O mais impressionante é que, segundo constatou a AOL, em  muitas, senão na maioria dessas pesquisas, os usuários tem a ilusão de que esses dados não estão sendo monitorados, quando na realidade estão. Muitas pessoas acreditam, ainda que inconscientemente , que há uma forte relação entre o ato de navegar pela rede e uma sensação de liberdade e privacidade, deixando-as expor muitas vezes seus pensamentos e sentimentos mais íntimos, inclusive coisas que dificilmente compartilhariam com outras pessoas no seu cotidiano, nem mesmo num diário. O fato é que isso tem um preço.
Em 2006, a AOL lançou um arquivo com apenas termos de procura de 658.000 de seus usuários nos três meses anteriores, para fins de pesquisa de seus produtos; cada usuário foi indentificado por um código para que se fosse preservada a identidade. Porém, intrigado com o poder que dados como esses teriam para o Governo ou empresas, um jornalista do The New York Times resolveu investigar um desses códigos para ver onde chegaria e a conclusão é que, depois de algumas horas e uns telefonemas, ele conseguiu chegar até seu "alvo": Uma senhora, Thelma Arnold,  62 anos, Atlanta, Estado da Georgia, que ao ser identificada ficou incrivelmente chocada e irritada. Essa história ilustra como, involuntariamente, nos tornamos cúmplices de um negócio que remodela o nosso mundo a cada dia. Vinte anos após a sua criação, a Internet aparece para nos oferecer a "custo zero", conhecimento e diversão sem precendentes. Por acaso,  você se lembra do que procurou no Google semana passada? Certamente, não. Entretanto, conforme vimos nessa história da AOL, juntando boa parte daquilo que procuramos diariamente nos mecanismos de busca da internet, é possível traçar um perfil surpreendentemente revelador de quem nós somos. Se esta informação é pública- intencionalmente ou não- nos sentimos vulneráveis e expostos. Quanto que alguém tem que pagar, antes de você deixá-lo ver seu Perfil no Orkut, saber qual a sua religião, opção sexual, onde seu filho estuda e por aí vai? 
O fato é que, em pleno século 21 a moeda de troca passou a ser a informação, e as empresas de forma geral vislumbram formas de ganhar dinheiro por meio dela. É claro que muitas dessas mudanças acontecem de maneira ainda muito sutil, quase imperceptível, mas é valido o debate para saber até que ponto é aceitável, ou ético, negociar com base em dados da vida privada disponíveis em megabites.

Saiba mais no site da BBC International

Fonte: BBC de Londres(Technology News). Paying the price for a free web
Edição e versão brasileira por Cleyton Saraiva

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