sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aleluia! Gasolina Barata!


Aleluia, promoção de gasolina! E todos correm para abastecer antes que o preço do líquido precioso suba novamente. Ontem enchi o tanque do meu carro por 2,73 reais o litro, e hoje pela manhã o preço havia caido para 2,39. Provavelmente, quando eu precisar abastecer de novo, a promoção terá terminado e o preço vai estar por volta dos 2,75 a 2,77, e assim vamos vivendo ou sobrevivendo, sacrificando até 30% do nosso suado dinheirinho com combustível, para não ter que depender do transporte de massa. Já tentaram de tudo: boicote, protesto, mas não adianta, não dá para ficar sem carro na cidade projetada no auge da indústria automobilistica norte-americana. Sim, porque foi lá nos states que o nosso saudoso Juscelino, pai da Capital, buscou inspiração para construir uma cidade moderna, onde as pessoas pudessem deslocar-se livremente de A para B em seus carros potentes nas ruas largas e incrivelmente bem pavimentadas(o que não se vê no resto país!), criando uma espécie de 'South' American Way of Life, tudo muito lindo e maravilhoso. Assim como na maioria das outras capitais do nosso país, aqui também não há transporte público digno, nem suficiente para todos. Temos uma rede de metrô que atende pifiamente apenas uma parte da população. No papel, tem um tal de VLT, uma espécie de metro de superfície mais sofisticado, que promete ser mais um entre vários dos caríssimos projetos mirabolantes e inefientes de transporte público na Capital. Enquanto não se resolve o problema de transporte, que mais parece um sonho distante, continuamos andando em nossos carrinhos 'mil' financiados em 'mil' prestações, afim de ter um mínimo de conforto. Aqui na capital a média é de um automóvel para cada dois habitantes. O poder aquisitivo per capita dos brasilienses ajuda a elevar essa média para cima e, assim sendo, nada melhor do que ter um posto de gasolina para rapidamente fazer fortuna na "ilha da fantasia" do cerrado. Ao longo dos anos instalaram-se os cartéis dos postos de combustíveis, ditando preços a seu belprazer, numa gangorra de preços, onde a lei de livre concorrência não existe a não ser nos livros de economia. O governo faz de conta que não vê e a nós, pobres mortais, nada resta a não ser esperar pela próxima promoção. Ah, mas e o álcool? Esse é tão caro que nem vale a pena, mas deixemos essa discussão para o próximo post! Aquele abraço.

por Cleyton Saraiva
foto:Cleyton Saraiva

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