quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

BBB é um laboratório?


O programa Big Brother Brasil, transmitido pela TV Globo, é um sucesso de audiência e não é à toa, não! Se olharmos precisamente o que acontece ao longo do programa, percebemos que é possível analisar com certa exatidão, não apenas o comportamento das pessoas confinadas, mas do público que interage, votando e eliminando os participantes da franquia. Como em um experimento de laboratório, diversas 'amostras' de diferentes personalidades estão submetidas à diversas condições, variando da zona de conforto à adversidade das provas de resistência, por exemplo. Tem de tudo um pouco, uma verdadeira miscelânea: certinhos, 'diferentes', mocinhos e vilões e, como em todo relacionamento, as pessoas sempre procuram deixar uma ótima primeira impressão para assim, conquistar a simpatia de todos, mas uma hora a máscara cai e se sabe quem é quem, é bem aí que eu quero chegar. Aqui do lado de fora, quem acompanha ratifica a máxima de que, 'por dinheiro vale tudo': trair, enganar ou mudar convicções ao sabor das circunstâncias. A meu ver, uma das coisas mais intrigantes e ao mesmo tempo interessantes do programa, é ver a capacidade de escolha do público que, não raro, simpatiza com os elementos mais polêmicos ou de conduta claramente questionável(não vou citar nomes). A cultura do "o mundo é dos mais espertos" ou, "só os fortes sobrevivem" se traduz nessas escolhas, deixando muito nítida essa relação de simpatia para com alguns elementos, digamos, menos convencionais. Fazendo uma analogia com a política e, claro, guardadas as devidas proporções, o que acontece num programa desses( relação público-participantes) não deve ser muito diferente do que ocorre numa eleição(relação eleitor-candidato), na qual as vezes a afinidade do eleitor para com o candidato não está necessariamente relacionada ao caráter ou integridade por ele demonstrado, mas sim em outras características que nem sempre são desejáveis, sobretudo tratando-se de política. Certa vez, num artigo desses da vida, alguém deixou um comentário bem interessante dizendo que, seria bom se pudessemos colocar os candidatos em uma casa tipo do BBB antes das eleições, para que os conhecessemos melhor. Mas feita essa reflexão, será que isso mudaria alguma coisa?

Por Cleyton Saraiva
Imagem: Cleyton Saraiva

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Brasília. Intervenção Federal à Vista


Um dia após a renúncia do vice-governador Paulo Otávio, o governo do Distrito Federal agora caminha a passos largos para uma intervenção federal, algo que até então figurava apenas no campo das hipóteses. Segundo a Constituição Federal, a medida de caráter excepcional só deve ser aplicada diante de uma das hipóteses previstas no seu texto e o Distrito Federal se encaixa em pelo menos uma delas. Após os últimos acontecimentos, o que existe hoje é um vácuo(ou vácuos) na estrutura de poder do Distrito Federal decorrente da crise instalada por conta dos escândalos de corrupção envolvendo chefes do poder executivo do DF, assim como, boa parte do poder legislativo local, resultando na prisão do governador José Roberto Arruda e alguns de seus colaboradores diretamente envolvidos no escândalo do mensalão do DEM. Se, de fato, a intervenção vier a se concretizar, como tudo indica, restará apenas avaliar quais serão os prós e contras da medida interventiva e seus efeitos colaterais. O regime democrático consubstanciado no texto de nossa Carta Magna e na doutrina vigente asseguram, via de regra, a autonomia administrativa dos estados, municípios e do Distrito Federal. Entretanto, desde a promulgação de nossa Constituição há 22 anos, nunca uma crise institucional ou escândalo de corrupção havia atingido tamanha proporção a ponto de se cogitar o instituto da intervenção. Ainda que o Supremo conceda o habeas corpus a Arruda na próxima quinta-feira(25/02), é remota a possibilidade de que o governo do DF retome suas atividades normalmente, com todos os processos de impeachment instaurados contra o governador, sem contar os processos criminais de que é acusado. Perplexa e confusa, a população do Distrito Federal espera o desfecho da crise e os efeitos da intervenção federal que parece estar próxima. Se o remédio para a crise será dado em doses homeopáticas ou não, esperamos que tudo isso seja parte de um processo maior de amadurecimento e, por que não dizer, limpeza profunda da nossa política.

por Cleyton Saraiva

Imagem: Mike Luckovski(adaptação de Cleyton Saraiva)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O "conto" do Bolão

Impressionante, para não dizer trágica, é a triste história dos apostadores de um bolão do Rio Grande do Sul que foram agraciados com a sorte suprema ao acertarem as seis dezenas da mega-sena, mas não tiveram a aposta registrada no sistema eletrônico da Caixa Econômica Federal. Com alguns cálculos matemáticos de probabilidade, é possível provar que acertar seis dezenas na mega-sena é algo improvável, asseveram alguns matemáticos que, acertar nesse jogo equivale à probabilidade do Sol não nascer no dia seguinte. Impossível, improvável ou não, o que os cientistas ainda não haviam calculado é a probabilidade de se acertar os seis números e, além disso, a sua aposta não ser computada pela agência lotérica, sepultando de uma vez por todas o sonho de se tornar rico. Só no Brasil mesmo, o cidadão vai a uma agência credenciada pelo maior banco estatal do país, aposta em um bolão "credenciado" e, ao conseguir o improvável(acertar todas as dezenas), descobre que a sua aposta não foi computada e, portanto não tem validade alguma. A Caixa se defende, dizendo que as lotéricas não tem autorização para realizar os bolões, mas nunca se manifestou para inibir a atividade.
O fato é que, por má-fé ou não, no jogo de empurra entre a Caixa e os apostadores prejudicados, a briga promete se estender pela Justiça e não tem data para terminar e, infelizmente, tão improvável quanto ficar rico com as seis dezenas, será esperar a decisão da Justiça brasileira, afim de que os prejudicados, seus netos ou tataranetos recebam o prêmio no futuro.

Por Cleyton Saraiva

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Estudo britânico vê ligação entre vício em internet e depressão



Um estudo realizado na Grã-Bretanha sugere que existe uma forte ligação entre o vício em internet e casos de depressão.
Segundo a pesquisa da Universidade de Leeds, entre os 1.319 entrevistados, 1,2% faziam um uso excessivo da internet, em detrimento de outros aspectos de suas vidas.
A equipe de psicólogos responsável pelo estudo descobriu que essas pessoas, consideradas pelos estudiosos como viciadas em internet, eram cinco vezes mais deprimidas do que os internautas que não foram classificados como viciados.
Os cientistas afirmaram, porém, que não podem dizer que um problema necessariamente causa o outro e ressaltaram que a maioria dos internautas não apresenta transtornos de saúde mental.
"Nossa pesquisa indicou que o uso excessivo da internet está associado à depressão, mas o que não sabemos é o que vem primeiro - se as pessoas deprimidas são atraídas para a internet ou se a internet causa depressão", afirmou uma das autoras da pesquisa, Catriona Morrison.
"Agora precisamos investigar a natureza desta relação e avaliar a questão da causa", acrescentou.
O estudo foi divulgado na publicação especializada Psychopathology.
Sites de relacionamento
O recrutamento dos 1.319 voluntários que participaram da pesquisa ocorreu por meio de sites de relacionamento. Os pesquisados tinham que responder a um questionário online no qual eram questionados a respeito de quanto usavam a internet e quais eram os motivos.
As perguntas também foram usadas para avaliar se os voluntários sofriam de depressão. Os pesquisados tinham entre 16 e 51 anos, com a média de idade girando em torno dos 21 anos. Os autores da pesquisa descobriram que um pequeno número de internautas desenvolveu um hábito compulsivo de uso de internet, substituindo a interação social na vida real por salas de bate-papo e sites de relacionamento. Os psicólogos britânicos classificaram esses 18 voluntários, 1,2% do total, como viciados em internet. Este grupo passou, proporcionalmente, mais tempo em páginas sobre sexo, jogos de azar e comunidades online. A pontuação média dos viciados em internet mostrou que o grupo estava na categoria de pessoas que apresentam níveis moderados a graves de depressão.
"A internet tem muita importância na vida moderna, mas seus benefícios são acompanhados por um lado mais sombrio", afirmou Catriona Morrison.
"Enquanto muitos de nós usamos a internet para pagar contas, fazer compras e enviar emails, existe uma pequena parte da população que acha difícil controlar o tempo que passa online, até o ponto em que isto interfere com suas atividades diárias."
Sem surpresas
Os críticos da pesquisa afirmam que o vício em internet não pode ser diagnosticado de forma confiável com os métodos usados e a forma de recrutamento de pesquisados também pode ter resultado em uma amostra tendenciosa.
Vaughan Bell, do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres, afirmou que os que foram identificados como "viciados em internet" são pessoas com problemas emocionais e que as conclusões do estudo "não são uma grande surpresa".
"Existem, verdadeiramente, pessoas deprimidas ou ansiosas para quem a internet se sobrepõe ao resto de suas vidas, mas existem pessoas com casos parecidos que assistem muita televisão, se enterram nos livros ou compram em excesso.”
“Não há provas de que a internet seja o problema", afirmou.

Fonte: BBC Brasil

Imagem: AFP

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Televisores e PC's terão tecnologia 3D incorporada em 2010


Se 2009 foi o ano da tecnologia de toque, 2010 parece destinado a ser o ano da tecnologia 3D.
O recurso, que permite visão de imagens em três dimensões, é responsável por grandes sucessos do cinema deste ano - um bom exemplo é o filme Avatar - e deve ser incorporado por vários setores da indústria de eletrônicos.
O fabricante de televisores LG Electronics planeja vender quase meio milhão de aparelhos de TV em 3D no ano que vem, impulsionado pela Copa do Mundo - primeiro evento esportivo a ser filmado tridimensionalmente, confirmou a Fifa. Segundo a empresa, o plano é vender 400 mil TVs 3D em 2010 e 3,4 milhões em 2011. Laptops e videogames também estão sendo modificados para incorporar a tecnologia. O fabricante de computadores Acer já lançou o que chama de primeiro laptop com capacidade 3D. A empresa criou o efeito incluindo um filtro polarizador sobre a tela. Ele divide as imagens em canais separados.Em combinação com um par de óculos polarizadores (incluídos no pacote para quem compra o lap top) o dispositivo permite que o usuário veja as imagens da tela em 3D. Alguns críticos dizem que o recurso não passa de um truque de marketing mas o consenso entre especialistas é de que este será o primeiro de muitos lap tops em 3D.
No ramo dos PCs, um software chamado TriDef 3D acrescenta uma terceira dimensão a videogames, DVDs e vídeos - com diferentes graus de sucesso. A empresa de computadores Microsoft está observando a evolução neste campo com interesse. Julie Larson-Green, vice-presidente do setor de Experiências do Usuário da empresa, acredita que a tecnologia vai ser importante na próxima década. "Uma câmera 3D dentro de um computador vai oferecer uma nova maneira de interagir com o conteúdo. Ela vai permitir que pessoas trabalhem de acordo com regiões, organizando coisas com outras coisas que estão mais longe", disse Larson-Green.
Óculos Estilosos
Videogames oferecem terreno fértil para a nova tecnologia e a Sony anunciou em novembro que tornaria todos os seus consoles PS3 compatíveis com ela, uma indicação de que os games 3D estão a caminho. Enquanto isso, a Microsoft continua a trabalhar em sua própria versão de um controle remoto de game chamado Project Natal, que usa uma câmera ótica e sensores 3D para ler movimentos do corpo e expressões faciais. Para que o conteúdo seja visto, óculos serão essenciais, mas provavelmente eles serão muito diferentes dos óculos de papelão usados na década de 1970.
"Muito dinheiro foi investido em 3D e existe uma diferença grande entre os óculos de papelão dos anos 1970 e os RayBans em 3D", disse Jeremy Fennell, diretor de marketing da cadeia de eletrônicos britânica Dixons.
Ele disse esperar que os estilosos óculos 3D estejam à venda na loja no final do ano que vem.
Patente
A Apple registrou recentemente uma patente indicando que a empresa está tentando criar seu próprio display em 3D, possivelmente como uma alternativa para o mouse e o teclado. A patente fala de um "dispositivo eletrônico para oferecer um display que muda conforme a perspectiva do usuário". O site MacRumours especulou que o fabricante do computador Mac planeja oferecer grande interatividade para usuários por meio de uma tecnologia conhecida como "head-tracking". Por meio de uma câmera, o sistema seria capaz de detectar a posição de um usuário e ajustar o display em 3D para criar a ilusão de que um objeto na tela está fisicamente presente, disse o site. Essas patentes não são incomuns. Em dezembro de 2008, a Apple registrou uma patente para um desktop 3D.
Fonte: BBC Brasil